Capacitações incluem uso do teste de G6PD, essencial para prescrição do novo medicamento antimalárico

Visando o avanço da implantação da tafenoquina, novo antimalárico, no Amazonas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), realizam, em parceria com o Ministério da Saúde, treinamentos sobre testagem de deficiência da enzima G6PD e uso do algoritmo de tratamento da malária.

As atividades ocorrem de 26 a 28 de maio para profissionais dos municípios de Humaitá, Lábrea, Apuí, Canutama e Manicoré (distrito Santo Antônio do Matupi), abrangendo também os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do Médio Rio Purus, de Manaus e de Porto Velho, em Rondônia, regiões do Rio Madeira e Purus. Os treinamentos ocorrem em Humaitá, Manicoré e Lábrea.

Pelo Amazonas, a ação conta com profissionais da FVS-RCP, incluindo o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), em parceria com a Fundação de Medicina Tropical – Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Pelo Ministério da Saúde, estão presentes equipes da Secretaria de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o avanço da tafenoquina representa uma transformação na estratégia de combate à malária, que registra 17,5 mil casos novos em 2025 no Amazonas.

“Estamos falando de um tratamento que contribui significativamente para reduzir a transmissão da malária, oferecendo uma alternativa mais eficaz, rápida, visando maior adesão dos pacientes. Capacitar os profissionais locais é fundamental para garantir a segurança e o sucesso dessa estratégia”, destaca.

A introdução da tafenoquina reduz o tempo de tratamento, contribuindo diretamente para a interrupção da cadeia de transmissão. A mudança fortalece a adesão dos pacientes, visando a redução de recaídas e, consequentemente, os índices de malária na região.

Sobre a tafenoquina

A tafenoquina é um medicamento utilizado em conjunto com a cloroquina para o tratamento da malária vivax, que responde a 84% dos casos da doença no Amazonas. Com a tafenoquina inclusa, o tratamento tem duração de apenas três dias — sendo uma dose única do novo medicamento somada a três dias de cloroquina —, em contraste com os sete dias do esquema anterior.

Para o tratamento de malária com tafenoquina, se o paciente apresentar o nível de G6PD abaixo do esperado, será encaminhado para tratamento com a primaquina, medicamento anterior e vigente para o combate à malária.

Programação dos treinamentos

As atividades iniciaram nesta segunda-feira (26/05), em Humaitá, com treinamento teórico e prático sobre o teste de G6PD. Na terça-feira (27/05), os treinamentos ocorrem simultaneamente em Manicoré (Santo Antônio do Matupi) e Lábrea. A programação segue na quarta-feira (28/05), com nova capacitação em Lábrea e supervisão técnica em localidades prioritárias de Humaitá.

O prefeito de Humaitá, Dedei Lobo, destacou que a cidade é uma das primeiras localidades a receber a tafenoquina para tratamento da malária. “Quem vai ser o grande beneficiado são as pessoas que moram nas vicinais, na área ribeirinha, e isto é uma questão de saúde pública. Humaitá está engajado em reduzir os casos de malária e essa é uma grande novidade que vai trazer qualidade de vida para o nosso povo”, ressaltou.